Será
que você já viveu um grande amor, daqueles que a simples presença do ser amado
já é suficiente para exalar um agradável odor?
Sim,
porque acredito que o amor tem perfume e cor.
Os
olhos de um apaixonado não veem o mundo nem as coisas que lhe rodeiam no mesmo
tom dos não apaixonados. Há graça, beleza e leveza em tudo o que encontram pelo
caminho.
A
começar pelo amanhecer. Ah! O amanhecer
dos apaixonados começa ao abrir os olhos. Não raras vezes, bem antes do raiar
do sol.
A
ansiedade de viver, de sentir, enfim, de aproveitar cada momento é intensa,
interferindo até na esfera biológica. Viver e sentir cada momento independe da
presença física do outro, dada a magnanimidade do amor. Encontra-se sentido em
toda e qualquer atitude tomada.
O
bom dia ofertado, a gentileza oferecida, a compreensão dada têm significado de:
olha, eu estou feliz. E o sorriso é o mais solto e largo que se pode registrar
num olhar.
E
o falar de quem ama? Esse é doce, temperado e sereno, à espera de respostas,
compreensões e indagações positivas, o que faz todo o sentido, considerando-se
a lei do retorno.
Tocar
o ser amado é como adentrar um templo sagrado e conhecer, com um olhar detido,
um respirar contido, cada espaço milimetricamente delimitado, mas na vontade de
invadi-lo ilimitadamente.
Inserido
no amar, há um estado de espírito capaz de realinhar uma vida inadequada em
todo o seu alicerce. É o ânimo do amor que alenta, estimula e esperança o
humano. O otimismo potencializa qualquer querer, com um poder impressionante de
realização.
Para
quem ama, a transposição de obstáculos se equipara ao resultado do sopro de
bolhas de sabão no ar.
Viver,
pois, o amor é compromisso individual, intransferível, porém propagável, e que
tem o poder de desinstalar positivamente o autor, se é que existe esse tipo de
desconstrução, para, em seguida, uma nova edificação ser erguida no mesmo
local, com uma neoarquitetura.
Penso
ser perfeitamente compreensível essa descrição do amor. Refiro-me aqui ao amor amor, puro, equilibrado,
daqueles que se tem consciência que necessita de se ajustar e/ou aceitar. E, desde logo, ter a convicção de que é ao
outro que você quer dá o seu amor, o melhor de si, fazer a outra parte feliz.
E
é com esse sentimento, o amor, que se percebe a força de cada um. Aquela que lhe cabe por partilha, que a vida
se encarrega em distribuir.
Não
há hipérbole quando se diz que o amor move montanhas. É mesmo muito real e
lógico. Óbvio que montanhas, aqui, tem inúmeras conotações. O que seria
montanhas nessa afirmação? Por exemplo, o ódio insano, a raiva despropositada
que desorienta, uma traição, uma constatação de algo desagradável, uma situação
financeira desfavorável, a perda de um ente querido, sendo certo que todas
essas hipóteses exemplificativas serão superadas, amenizadas ou esquecidas com
o florescer de um amor. É que, quando nos decidimos amar, sim, decidimos,
porque amar é uma decisão, inexplicavelmente, deixamos brotar todos os
sentimentos positivos mais comezinhos, ínsitos ao nosso ser, revolvendo uma
recorrente tese de que dentro do ser humano habitam dois seres: um maléfico e
outro benéfico e se destacará aquele que for melhor alimentado. Alimentado o amor, por assim
dizer, em contraponto com o ódio, aquele fará que sobrepairem os sentimentos
nobres como a gratidão, o perdão, a compaixão, a solidariedade, a educação, a
compreensão, o entendimento, e outros inúmeros sentimentos e atitudes
magnânimos, que fazem externar no humano emoções profícuas, passando sensações, palavras, gestos, que agregam,
atraem e seduzem os semelhantes pelo envolvimento com um ser alimentado por um
estímulo benfazejo, cuidadosamente preparado por ele e para ele, qual seja, a
decisão de amar.
Voltando
à afirmação de ser o amor dedicado a alguém uma decisão, cabe a pergunta: E por que é uma decisão? Porque, como de
resto, na vida não se encontra nada pronto, realizado, acabado. E quando nos
deparamos com situações assim, o que faremos, ou, pelo menos, deveríamos fazer,
para dar curso à vida? Agir, determinar-se, empreender, o que significa dizer,
tomar uma decisão, uma atitude.
Pois
bem. Assim vai acontecer com amar. Guardadas as exceções, difícil se conhecer
uma pessoa que se amolde perfeitamente em todas as vertentes da vida à sua
vida. Então, assim sendo, ao pensarmos, acharmos, querermos ou sentirmos que
outro alguém nos interessa, desperta a simpatia, é de bom tom, sensato,
averiguarmos a compatibilidade de uma possível convivência. No início, naturalmente,
espaçada, mas sem perder o foco de um possível estreitamento.
Daí
é que as nuances da vida se apresentam. Cada um com os seus gostos, manias,
opiniões e, porque não dizer, intransigências. Então, o que será necessário
para o ajuste que permita a convivência harmônica, respeitosa, alegre e
produtiva? A resposta parece óbvia por demais: A decisão de querer. O mais,
tais como o empenho, a entrega, a dedicação, o suportar são o veículo para
materializar o amor, que, por decisão, você quer oferecer e, consequentemente,
receber. Sim, porque a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade,
somente usando parte da terceira lei de Isaac Newton, que aqui cabe, sem
contextualizá-la.
Tomada
a decisão e iniciado o processo da materialização do amor, que guarda essa
outra caraterística, a de ser processual, o passo a passo do relacionamento vai
tornando visível o amor, que deve ser alicerçado em atitudes que sejam
digeridas de forma integral e que serão traduzidas em gestos, carinhos, olhares
e compreensão, sugerindo uma continuidade indeterminada.
Assim,
são essas as minhas impressões do amor, sentimento maior que deveria nortear as
pessoas, o que, sem dúvida, concorreria para a formação de um mundo com menos
conflitos, necessidades e agruras, conferindo um viver real com todas as
possibilidades postas à disposição do ser humano pela natureza bondosa!
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