quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

IMPRESSÕES DO AMOR


 
Será que você já viveu um grande amor, daqueles que a simples presença do ser amado já é suficiente para exalar um agradável odor?

Sim, porque acredito que o amor tem perfume e cor. 

Os olhos de um apaixonado não veem o mundo nem as coisas que lhe rodeiam no mesmo tom dos não apaixonados. Há graça, beleza e leveza em tudo o que encontram pelo caminho.

A começar pelo amanhecer.  Ah! O amanhecer dos apaixonados começa ao abrir os olhos. Não raras vezes, bem antes do raiar do sol.

A ansiedade de viver, de sentir, enfim, de aproveitar cada momento é intensa, interferindo até na esfera biológica. Viver e sentir cada momento independe da presença física do outro, dada a magnanimidade do amor. Encontra-se sentido em toda e qualquer atitude tomada.

O bom dia ofertado, a gentileza oferecida, a compreensão dada têm significado de: olha, eu estou feliz. E o sorriso é o mais solto e largo que se pode registrar num olhar.

E o falar de quem ama? Esse é doce, temperado e sereno, à espera de respostas, compreensões e indagações positivas, o que faz todo o sentido, considerando-se a lei do retorno.

Tocar o ser amado é como adentrar um templo sagrado e conhecer, com um olhar detido, um respirar contido, cada espaço milimetricamente delimitado, mas na vontade de invadi-lo ilimitadamente.

Inserido no amar, há um estado de espírito capaz de realinhar uma vida inadequada em todo o seu alicerce. É o ânimo do amor que alenta, estimula e esperança o humano. O otimismo potencializa qualquer querer, com um poder impressionante de realização.

Para quem ama, a transposição de obstáculos se equipara ao resultado do sopro de bolhas de sabão no ar.

Viver, pois, o amor é compromisso individual, intransferível, porém propagável, e que tem o poder de desinstalar positivamente o autor, se é que existe esse tipo de desconstrução, para, em seguida, uma nova edificação ser erguida no mesmo local, com uma neoarquitetura.

Penso ser perfeitamente compreensível essa descrição do amor.  Refiro-me aqui ao amor amor, puro, equilibrado, daqueles que se tem consciência que necessita de se ajustar e/ou aceitar.  E, desde logo, ter a convicção de que é ao outro que você quer dá o seu amor, o melhor de si, fazer a outra parte feliz.

E é com esse sentimento, o amor, que se percebe a força de cada um.  Aquela que lhe cabe por partilha, que a vida se encarrega em distribuir.

Não há hipérbole quando se diz que o amor move montanhas. É mesmo muito real e lógico. Óbvio que montanhas, aqui, tem inúmeras conotações. O que seria montanhas nessa afirmação? Por exemplo, o ódio insano, a raiva despropositada que desorienta, uma traição, uma constatação de algo desagradável, uma situação financeira desfavorável, a perda de um ente querido, sendo certo que todas essas hipóteses exemplificativas serão superadas, amenizadas ou esquecidas com o florescer de um amor. É que, quando nos decidimos amar, sim, decidimos, porque amar é uma decisão, inexplicavelmente, deixamos brotar todos os sentimentos positivos mais comezinhos, ínsitos ao nosso ser, revolvendo uma recorrente tese de que dentro do ser humano habitam dois seres: um maléfico e outro benéfico e se destacará aquele que for melhor  alimentado. Alimentado o amor, por assim dizer, em contraponto com o ódio, aquele fará que sobrepairem os sentimentos nobres como a gratidão, o perdão, a compaixão, a solidariedade, a educação, a compreensão, o entendimento, e outros inúmeros sentimentos e atitudes magnânimos, que fazem externar no humano emoções profícuas,  passando sensações, palavras, gestos, que agregam, atraem e seduzem os semelhantes pelo envolvimento com um ser alimentado por um estímulo benfazejo, cuidadosamente preparado por ele e para ele, qual seja, a decisão de amar.

Voltando à afirmação de ser o amor dedicado a alguém uma decisão, cabe a pergunta:  E por que é uma decisão? Porque, como de resto, na vida não se encontra nada pronto, realizado, acabado. E quando nos deparamos com situações assim, o que faremos, ou, pelo menos, deveríamos fazer, para dar curso à vida? Agir, determinar-se, empreender, o que significa dizer, tomar uma decisão, uma atitude. 

Pois bem. Assim vai acontecer com amar. Guardadas as exceções, difícil se conhecer uma pessoa que se amolde perfeitamente em todas as vertentes da vida à sua vida. Então, assim sendo, ao pensarmos, acharmos, querermos ou sentirmos que outro alguém nos interessa, desperta a simpatia, é de bom tom, sensato, averiguarmos a compatibilidade de uma possível convivência. No início, naturalmente, espaçada, mas sem perder o foco de um possível estreitamento.

Daí é que as nuances da vida se apresentam. Cada um com os seus gostos, manias, opiniões e, porque não dizer, intransigências. Então, o que será necessário para o ajuste que permita a convivência harmônica, respeitosa, alegre e produtiva? A resposta parece óbvia por demais: A decisão de querer. O mais, tais como o empenho, a entrega, a dedicação, o suportar são o veículo para materializar o amor, que, por decisão, você quer oferecer e, consequentemente, receber. Sim, porque a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade, somente usando parte da terceira lei de Isaac Newton, que aqui cabe, sem contextualizá-la.
Tomada a decisão e iniciado o processo da materialização do amor, que guarda essa outra caraterística, a de ser processual, o passo a passo do relacionamento vai tornando visível o amor, que deve ser alicerçado em atitudes que sejam digeridas de forma integral e que serão traduzidas em gestos, carinhos, olhares e compreensão, sugerindo uma continuidade indeterminada.

Assim, são essas as minhas impressões do amor, sentimento maior que deveria nortear as pessoas, o que, sem dúvida, concorreria para a formação de um mundo com menos conflitos, necessidades e agruras, conferindo um viver real com todas as possibilidades postas à disposição do ser humano pela natureza bondosa!


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