domingo, 13 de agosto de 2017

NAS JANGADAS DA VIDA (*)





(*) Homenagem de Carla Lucena ao avô Artur, meu pai!































Deste mundo ele não faz mais parte,
Navega em outras águas, 
Nos fazendo sentir saudades.
Foi pai de cinco filhos com muita hombridade,
E avô de quatorze netos com muita felicidade.
Homem simples, desconhecia as letras,
Era bom nos números e no mar tinha proeza.
De pescados muito entendia:
Cação, pescada, camurim, serra,
Dentre outros que o mar oferecia.
Foi pescador com muito orgulho e satisfação.
Fez da jangada sua morada
E do mar o seu ganha pão.
E entre uma árvore e outra,
Tecia suas redes com rapidez e precisão.
Conhecia os oceanos tal qual um oceanógrafo renomado,
Sem jamais ter conquistado um diploma de formado.
Foi instruído pela sabedoria e pelos dons que Deus lhe deu,
Pois deles fez bom uso e aplicou tudo que aprendeu,
Inclusive a fritar peixe, "melado" na farinha,
Desafiando no resultado qualquer chef de cozinha.
Era o meu Avô Artur,
Homem sábio e de cabelos grisalhos,
Que tinha orgulho dos seus frutos,
Que foram muito bem plantados.
Sentia graça em me desafiar,
E sobre política perguntar,
Só para me ver titubear
Para logo em seguida disparar,
Com muito humor e sem me magoar:
"Não sei para que serve tanto estudo,
Pois nada que eu pergunto essa menina consegue acertar". 

Carla Lucena

2 comentários:

  1. Muito bonita e alegre a forma de escrever sobre seu avô! Parabéns Carla!

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  2. Que linda homenagem Carla ,parabéns👏👏👏👏

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