Como oleiro me fizeste pura perfeição.
Meu olhar, meu caminhar, meu respirar demonstram a real presença santa em meu viver.
Gratidão deveria ser encerrada a cada movimento, no meu olhar.
Porém, a humanidade nos trai a cada momento.
Entretanto, para o nosso deleite, como coração é destinado aos reverentes, te peço, jesus,
Que nada nem ninguém me afaste de Vós!
Entretanto, para o nosso deleite, como coração é destinado aos reverentes, te peço, jesus,
Que nada nem ninguém me afaste de Vós!
O SER
Refastelada estou
Com a existência na vida.
Por Deus foi-me dado muito,
E sou muito agradecida,
Mas continuo buscando
Ainda coisas queridas,
Pois, por mais que abonada,
Ainda me apaixonam
Os prazeres da conquista.
A vitória busco eu
Com afinco e destemor,
Encravada nas virtudes
Que nos faz um vencedor,
Pois é sabor dado à vida
O superar obstáculos,
Desafiando propósitos
E colher os resultados,
Porque às vezes o ensino
Nem sempre tem o destino ao portador acertado.
Importante que o querer
Nasça da necessidade,
Ou quem sabe da vaidade,
Que às vezes pode ser santa,
Espantando a preguiça
A dermonência, apatia,
Que vez por outra apronta.
A Deus, eu peço ainda
Que me dê longevidade,
Saúde e bem-estar
Pra viver com dignidade,
Porque é muito bom viver,
E não me afino com a saudade!
OS TEMPOS
Nos meus tempos de criança,
Há alguns anos atrás,
Se corria, se brincava, mergulhava e areiava
Nas praias, rios e coqueirais.
Era tudo tão singelo,
Iam todos de chinelo
Para a igreja rezar.
Não havia algazarra, vandalismo ou zoada
Aos outros perturbar.
A escola era sagrada
Porque os pais orientavam
Os filhos com pulso forte.
Então todos aprendiam,
Sem pressão ou euforia.
E a professora, formada ou preparada
Era a rainha da sala
E por todos respeitada.
Lento, foi passando o tempo,
E surgindo os eventos
Bem próprios da juventude,
Vieram embalos e paqueras,
Violão com muito canto,
Com um romantismo preciso,
Traduzindo um encanto.
Não me afino com a saudade,
Mas esta realidade
Não nos deixa opção,
Quando se olha para trás,
Impossível não fazer alguma comparação.
O mundo gira ao contrário,
A pressa é o presságio
De total desintegração.
E a gente sente isso,
É em casa, na escola,
Nas brincadeiras escassas,
Não congregam nem afagam,
Quaisquer que sejam os irmãos!
RECEIO
Alvissareiros não são
Muitos de nossos costumes.
Reclama-se, esbraveja-se, condena-se.
Na prática, ninguém vislumbra uma atitude apenas.
Comportamento dessa espécie
Em nada e a ninguém aproveita,
Mas, pelo visto, a coragem
O ser humano não permeia,
Que, no afã de ser aceito,
Receia ser diferente e fazer a diferença.
Sabendo com lucidez
Bem forte na consciência,
Que, com essa decisão,
Retarda a modificação
Que traria a decência!
LINDO E CATIVANTE
LINDO E CATIVANTE
Lindo e cativante,
Assim é o meu Senhor.
Fala ao meu coração sem pudor,
Afino-me no mesmo tom.
Mesmo considerando a minha pequenez,
Sei que sou atingida pela sua misericórdia,
Propósito igual para todos os irmãos.
Tomo posse, pois não deixo a graça passar,
Pois quem sabe, se desperdiçar,
Fique tarde para alcançar.
Não, não deixo a graça passar.
DA JANELA
Da janela meus olhos alcançam
DA JANELA
Da janela meus olhos alcançam
O balançar dos coqueiros,
Tão frondosos e tão altos,
Compondo o firmamento.
Ao fundo, o mar azul,
Com distinto encantamento,
Sugere formar a moldura
Que completa o embevecimento.
De outro ângulo, também
É possível apreciar
O mesmo mar, o mesmo verde,
Com detalhes a acrescentar.
São falésias isoladas,
Que, com sua cor avermelhada,
Insistem em se destacar.
Os edifícios rondeantes
Não nos retiram o prazer
De contemplar a beleza
Que só a própria natureza é capaz de oferecer.
E em boa companhia,
Com resenha e harmonia,
O belo cresce aos olhos,
Pois ressalta-se a importância
E também a esperança
De que um dia é possível
Só se valorizar o bom e o belo,
Legados pelo invisível!
FINITUDE
FINITUDE
Olho o tempo, vejo o infinito,
Tantas perguntas em busca de resposta,
Várias respostas em busca de solução.
Como saber fazer essa união?
Rezo, entrego e sinto a finitude do humano
Mitigada, felizmente, pelo poder do Alto.
Convenço-me de que atitudes corajosas e dignas diferem as pessoas.
Opto pela busca na emoção fortalecida em base de perspectivas favoráveis.
Concluo que a dúvida do saber é estímulo para o crescer,
Propiciando a maturidade que o ser reclama para o real florescer,
Porque, sem o benefício da dúvida, a mente estancaria de vez,
Por ser comum ao humano, repetir isso, já sei!
NÚMENO
A coisa em si é assunto
Que demanda conhecimento,
É uma questão controversa,
Multifacetada e complexa,
Para aqueles de estirpe,
Que dirá para os incautos!
Causa risos e embaraços,
E demora na conversa.
A ela fui apresentada
Por um amigo filósofo,
Que ama a filosofia e profissão dela faz,
Mas quase me deu um nó
Nas minhas funções cerebrais.
Mas tentei tirar de letra,
Com muita galhardia,
Porque ele é competência
E a amizade permitia,
Pois bem sabia ele
Que não sou Kant nem Nietzsche.
E a dificuldade de encerrar o debate,
Que é profundo e de dissenso,
Foi enfim aclarada,
E trazida à consciência.
E chegou-se à conclusão
De que a coisa em si é a sua própria essência!
ENTUSIASMO
ENTUSIASMO
Sou firme, sou forte, sou ligeira,
Sei o que quero sempre nessa esteira,
Esteira da vida que nos permite o crescimento,
Crescimento que pode chegar a qualquer momento
Em campos outrora desconhecidos,
Estimulado pelo convívio insistente
Do bem que nos ronda e se torna conveniente.
Do novo sou entusiasta,
Acredito na renovação,
Pois as células se desgastam
E reclamam renovação.
Amar é outro fator
Que não se desperdiça jamais,
Pois, por conta de tanto amor,
Um horizonte pude ver.
Foi selada em meu ser,
A poesia de hoje
Que colore o meu viver!
CERTEZA
Vem pra mim, Jesus,
Vem transformar a minha vida,
Que te entrego sem reservas.
Titubear já não mais é verbo que se conjuga,
Sabendo o que sei,
Que só o Senhor tem palavras de vida eterna.
A paz no meu coração é sentida,
Comemorada com a certeza de que cada vez mais aumenta a minha fé,
E a ansiedade, que ainda paira sorrateira,
Limitar-se-á ao dia em que finalmente eu pronunciar:
Já não mais sou em quem vive, mas Jesus que vive em mim!
Poesias do Livro Percepções, de Eneida Dias de Miranda
Poesias do Livro Percepções, de Eneida Dias de Miranda
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