WHATSAAP:
MERECE UMA REFLEXÃO?
Você realmente lê as mensagens que recebe via Whatsaap ou só reenvia?
Pergunta que veio a minha mente depois de observar o
comportamento das pessoas em geral e traçar um paralelo com o tanto de
mensagens trocadas pelas redes sociais.
Nem sou parâmetro para ser tomado como exemplo, pois não
tenho vários grupos, nem tantas pessoas fazem parte do meu convívio virtual.
Mesmo assim, são inúmeras as mensagens diárias e postagens a
mim acessíveis, com todos os tipos de moção: emoção, diversão, religião,
natureza, e uma constatação óbvia: a maioria fala de Deus, do sabor da amizade,
do altruísmo, da gratidão, e por esse norte vai.
Pois bem. É exatamente o conteúdo dessas mensagens que me faz
indagar de onde aflora o desacerto e/ou
a incoerência de se enviar tantas mensagens com essas motivações, se é fato que dia após dia as pessoas estão
andando na contramão do que ensinam os posts
destinados.
Na realidade, o que se vê no cotidiano são pessoas mais
estressadas, insatisfeitas, sem aceitação de si próprias, egoístas,
enclausuradas na tela de um aparelho eletrônico, que lhe permita a conexão com
alguém.
A mim impressiona bastante a tamanha disposição de se
encaminhar em um só dia um número de posts
que foge as raias da razoabilidade, e ao mesmo tempo manter comportamento tão
dissociado do que está escrito neles, ou então é o momento de se encontrar a
resposta para a pergunta inicial deste texto, qual seja, se se afigura
plausível pensar que pelo menos a maioria não lê o conteúdo dos ditos posts.
Guardadas as devidas exceções, contidas naturalmente em
qualquer aspecto que se aborde, a impressão que tenho é que instalada está uma
carência humana da qual não se sabe identificar a razão, a origem, em qual
segmento da vida está a lacuna a ser preenchida, se na esfera profissional,
pessoal, familiar, ou se, num descompasso maior, em todas. Assim, cada vez que
dispara o gatilho, apontando ou rememorando a insuficiência de satisfação, de
preenchimento, esse fato enseja a necessidade de se enviar uma nova postagem.
Daí, como a mente em desequilíbrio não tem filtro, gera a compulsão por
postagens ou envios de mensagens, selfies,
como uma forma de chamar a atenção, lembrando da sua existência, o que, acredito, alivia as
ausências sentidas, mesmo não importando o que do seu verdadeiro eu está sendo
passado, se aquilo que alguém colocou naquele texto lhe identifica, criando uma
relação de verdade e confiança com os demais, um juízo de valor de você que lhe
identifique em qualquer circunstância, que pode nem ser o modelo ou o protótipo
que o mundo rotula de ideal, mas que tenha a sua essência.
O Whatsaap surgiu
como mote, em vista de ser uma ferramenta de uso universal de alcance imediato.
Mas, o comportamento humano acima exposto desvirtua a sua utilidade, pois,
mesmo que também tenha a função de entretenimento, informação, o abuso no
sentido excesso acaba por vezes de fornecer elementos para o desequilíbrio de
muitos.
Não raras vezes ouvi amigos desarvorados colocando que só não
dispensariam o Whatsaap por razões profissionais, dado o número excessivo de
mensagens desnecessárias, sem graça, sem
conteúdo ou mesmo fake, apesar de que,
se não todas, muitas em que você fique em dúvida já tem como averiguar a sua
autenticidade ou não. Isso se o afã pelo reenvio não fosse tão acirrado....rsrsrs.
É de conhecimento da maioria o elevado número de diagnósticos
de transtornos emocionais, em decorrência da prática desmesurada do acesso às
redes sociais, visualizando-se de forma superficial o que lá está exposto, sem
nenhuma interpretação ou um olhar mais apurado, o que que vai influenciando
negativamente o ser por não se achar capaz ou detentor daquelas realidades
virtuais.
Fico a conjecturar que, se as pessoas se dispusessem a ler
todas as mensagens que reenviam, o cérebro, por si só, com a capacidade
memorial que nele reside, passaria a internalizar os ensinamentos e,
consequentemente, de forma natural, seria operada a mudança de comportamento.
Ao contrário, como já dito linhas atrás, as pessoas estão
cada dia mais distantes uma das outras, ausentes de si mesmas, o que tem
explicação na própria encarceração com o aparelho, tornando-as mais sensíveis,
de uma vez que, digamos, a comodidade e a liberdade de manipular um aparelho ao
seu bel-prazer vai retirando do ser humano a capacidade de enfrentamento das
questões no corpo a corpo com o semelhante, fragilizando-o nas atitudes e palavras.
Então, como forma de suprir esse desequilíbrio, essa falta de
si próprio, optam por se apresentar de forma a atrair os olhares a atenção,
querendo a todo e qualquer custo a aceitação, o que, na verdade, é o que aconchega. É quando abre-se esse cenário
que nos deparamos no dia a dia: pessoas maquiadas, sempre se exercitando,
brindando com amigos, em viagens excepcionais, sorrisos largos e todas as caras
e bocas inimagináveis, mas significativas para a leitura da maioria dos
conectados.
Entretanto, como, no geral, essas situações não vêm
acompanhadas de uma satisfação plena, pois muitas vezes foram criadas para a
aceitação dos outros ou mesmo como fuga, aí é que exacerba o descompasso
emocional, porque entre o que se publica e o que realmente sente o protagonista
das postagens há uma enorme distância, colaborando para a construção de pessoas
vazias, impacientes, sem conteúdo suficiente a sustentar uma partilha de
conversa animada e proveitosa.
Realmente é lamentável termos tanto a nosso alcance e tão
pouco ser aproveitado. Refiro-me à tecnologia atual, que coloca à disposição de
todos recheadíssimo acervo cultural, de
entretenimento, profissional, espiritual etc.
Bastaria para um ensinamento que aproveitasse, no sentido de as pessoas
lançarem um outro olhar para as suas vidas, não como solução, mas como uma
parcela de ajuda, que os internautas lessem os bons posts, as boas mensagens que recebem pelas redes sociais e se
deixassem com abertura para internalizar o bom. Consequente e naturalmente isso
iria enraizando, ganhando corpo e chegando na alma na mais pura essência, que,
sem dúvida, ajudaria num rever pessoal de cada um com o respectivo retorno para
os outros.
E, uma vez essa corrente do bem formada, estaria instalada a
esperança de dias melhores para todos nós!
(Eneida D M)
Bravo! Tenho certeza ser o primeiro artigo de tantos outros valiosos! E num futuro próximo já prevejo a viralização. 👏👏👏👏👏👏👏👏 #sucesso
ResponderExcluirQue estímulo maravilhoso, minha boneca, Deusa ouça!...Obrigada! Vou me esforçar....rsrsrsrr... Beijos no coração!
ResponderExcluirPerfeito, minha querida amiga. É bem por aí mesmo. As pessoas estão cada vez mais pensando que o mundo virtual é o real. Uma pena que poucas pessoas consigam ver isso. Grato pela leitura!
ResponderExcluirUm beijo do Victão!