quinta-feira, 18 de outubro de 2018

*CAIÇARA DO NORTE



Caiçara pequenina,
Se parece uma menina,
Que nunca desabrocha,
Pois prefere toda a vida
Viver na pesca e na prosa.

Na pesca do voador,
Peixe nativo e provedor
De toda a sua gente.

A prosa fica por conta
Daqueles que a emprestam sem contenda,
Olhando a Maria Teresa,
Navio que afundou,
E o que é real virou lenda.
O dia nasce e dorme,
E esses, muito orgulhosos,
Vivem a repetir:
Sou de Caiçara do Norte!

O farol é imponente,
As dunas, o vento levou.
Mas, naqueles aos redores,
O morro um dia roncou.

Antes de o vento levar,
Naquelas dunas pequenas,
Tão branquinhas e serenas,
E nós, ainda crianças,
Fazíamos uma gritaria,
E aquela brincadeira,
Comportava coreografia.

Um dia essa cidade
Tão bacana foi pacata,
E a nossa diversão
Era fazer serenata.
A esquina do pecado
Era a praça apreciada.

Bem perto fica São Bento,
Como fosse a capital,
Bem cuidada e garbosa,
E num tempo mais remoto
As crianças estudavam
No João Ferreira da Rocha.

Em Caiçara fui feliz,
Como sou em todo canto,
E no peito abro espaço
Para um beijo doce e franco!
(Eneida D M)


*Revisada e alterada alguns termos do seu original no Livro PERCEPÇÕES.




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