A VITÓRIA DOS ANIMAIS NA CÂMARA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA

Francisco José Garcia Figueiredo, natural da cidade de Patos/PB, é um estudioso entusiasmado no que faz e, como consequência, construiu uma profícua história, constatada no seu louvável “curriculum”.  

Mestre em Direito,  Professor da UFPB, Coordenador do Núcleo de Extensão em Justiça Animal da UFPB, Presidente da Comissão de Direito Animal da OAB-PB e Vice-Presidente  da Comissão de Direito e Bem-Estar Animal da UFPB.

Como se depreende  acima,  é visível  o engajamento do ilustre professor nas causas  ligadas aos animais, o qual não mede esforços para a conquista de condições nobres destinadas aos seres que defende.

Recentemente,  comemorou com muita euforia, até pela árdua batalha travada, a aprovação, pela Câmara Municipal da cidade de João Pessoa/PB, do projeto de Lei  Ordinária n. 422/2017, que cria o hospital veterinário da respectiva  cidade, a depender, agora, da sanção do Excelentíssimo Prefeito  Luciano Cartaxo.

A seguir,  um texto, escrito por Francisco José, que bem expressa  o sentimento da certeza e convicção de sua busca:

"A VITÓRIA DOS ANIMAIS NA CÂMARA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA

A VITÓRIA decorre de uma batalha incessante relativa a dado objetivo a ser alcançado.

Dessa maneira, ao atingi-lo, conquista-se a denominada  VITÓRIA !!

Ela – a vitória – pode refletir diversas conquistas:  i) uma doença tratada cuja cura é alcançada; ii) uma fila de espera de uma vaga em um leito de hospital cujo espaço é conseguido; iii) o perdão de alguém querido cujo momento é chegado;  iv) a possibilidade de acolhimento de um animal cujo colo é identificado etc.

Tal como alerta o Papa Francisco em sua Encíclica LOUVADO SEJA, de 24/maio/2015, (parafraseando) o cuidado com o meio ambiente é premente!

O zelo com os animais, com as plantas, com as águas e com os humanos (que são parte integrante dessa ambiência) é necessário à sobrevivência do Planeta Terra e dessas mesmas formas de vida.

Continua o Santíssimo Padre: “Tudo está interligado.  Por isso, exige-se uma preocupação pelo meio ambiente, unida ao amor sincero pelos seres humanos e a um compromisso constante com os problemas da sociedade [...] Além disso, quando o coração está verdadeiramente aberto a uma comunhão universal, nada e ninguém fica excluído desta fraternidade. Portanto, é verdade também que a indiferença ou a crueldade com as outras criaturas deste mundo sempre acabam de alguma forma por repercutir-se no tratamento que reservamos aos outros seres humanos. O coração é um  só,  e a própria miséria que leva a maltratar um animal não tarda a manifestar-se na relação com as outras pessoas”.

Penso, dessarte, que o cuidado que EU devo ter com as pessoas deve ser o mesmo que EU devo destinar às plantas, aos animais, às águas, enfim, a tudo o que recebe do Poder Superior a força da vitalidade para aqui na Terra se Manifestar!!

Nesse sentido, percebo que as pessoas – cada uma delas – recebe uma missão específica de Deus: umas recebem o chamado/licença para cuidarem de idosos; outras, de criança; outras, de moradores de rua; outras, de ANIMAIS etc. etc. etc.

E pelo que constato, dada à minha lida cotidiana, aqueles(as) que cuidam de animais, de regra, cuidam também de si e promovem a caridade com famílias que sem terem bem o que comer, dividem o pouco com os animais que as rodeiam.

Assim é que os(as) protetores (as) fazem campanhas de doação de alimentos, vestuários e outras necessidades básicas para famílias carentes das periferias de Santa Rita (Tibiri I, II e III), de Bayeux, de bairros periféricos de João Pessoa...

É nesse cenário que INDAGO  – para REFLEXÃO e em 1ª Pessoa – àquele(a) que se permitir tal desafio:

   1)    Será  que EU que aponto aqueles(as) que cuidam de animais em “detrimento” dos humanos conheço, de fato e profundamente, o trabalho desses(as) laboradores(as) do bem?;

  2)  Que medidas práticas para AUXILIAR o próximo EU já concretizei no dia de HOJE, duma vez que constato e Sou ciente do descaso do Poder Público relativamente às pessoas, quer nas enfermarias dos mais variados hospitais, quer nas ruas dos 5.570 municípios existentes no Estado brasileiro onde a fome, o desamparo e o grilhão da dor imperam?;

   3)   Ao invés de EU apontar aquele humano que ajuda o animal adoecido, esfaimado e maltratado, não seria mais eficaz e humanitário EU próprio tomar atitudes positivas de AUXÍLIO ao idoso, à criança desamparada, aos moradores de rua, aos desabrigados de catástrofes naturais...? " 

  

 Ademais,  por oportuno,  o  mestre expõe dados do desenvolvimento do trabalho em prol dos animais, vejamos:

"O trabalho em prol do despertamento das consciências humanas em razão da sensibilidade dos animais vem sendo desenvolvido há um certo tempo aqui na Paraíba.

Mostra disso é o II SEMINÁRIO PARAIBANO DE DIREITO ANIMAL  ocorrido em agosto/2017 por inciativa do Núcleo de Extensão em Justiça Animal da UFPB (NEJA) em parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) e com a Comissão de Direito Animal da OAB-PB(CDA/OAB/PB).

Na oportunidade, estiveram presentes 22 palestrantes das mais variadas áreas do conhecimento (filosofia, direito, psiquiatria, psicologia, veterinária, ciências das religiões), discutindo acerca dos animais e seus vários aspectos físicos, metafísicos e espirituais.

Nessa mesma pisada o NEJA promoverá, em set/2018 o VI CONGRESSO MUNDIAL DE BIOÉTICA  DIREITO ANIMAL, juntamente com os parceiros acima anotados e com o Instituto Abolicionista Animal (IAA), bem como o Programa de Pós-graduação em Direito da UFBA.

Virão palestrantes do mundo inteiro discutir a bioética e o direito animal, apresentando as já tão avançadas pesquisas científicas demonstradoras do grau de inteligência e de senciência de vertebrados e de alguns invertebrados, a exemplo do polvo.

A Declaração de Cambridge sobre Consciência, datada de 7/jul/2012 e assinada por 26  neurocientistas, neuroanatomistas, neurofarmacologistas, neurofisiologistas e neurocientistas computacionais cognitivos, assevera o grau de evolução físico cognitivo dos animais e da consciência desses seres em relação à dor e à morte.

Esse, o trabalho que vem sendo desenvolvido pela academia e por algumas entidades parceiras, objetivando disseminar o conhecimento sobre a realidade animalista, por assim dizer, oportunizando uma vida mais adequada aos bichos que habitam a Terra!"