Não fugi à regra da insegurança quando surgiu em minha vida uma linda
mulher, vinte e oito anos mais nova. Sua presença se constituiu verdadeiro
enigma. Tal qual a figura mitológica da esfinge, levantei as primeiras dúvidas,
elaborei questionamentos, porém, entre tantas incertezas havia algo cristalino
a me apontar um norte a seguir. Nesse redemoinho de dúvidas, produzi, embora me faltasse o dom da poesia, um
singelo poema ao qual denominei de Enigma, assim expresso.
ENIGMA
Quem és tu, vieste de onde?
Em qual planeta ou galáxia te escondes?
Qual teu destino, aqui entre nós?
Saibas, pois, se és de outro mundo...
de terras estranhas... atingiste bem fundo,
de um pobre terráqueo, um coração indefeso.
Como pode, assim, tão de repente, sem atitude,
Ver-me inerte, em teus braços aprisionado?
Qual a razão de inesperada fraqueza?
Teus olhos? Teu carinho? Tua juventude?
Ou algo mais... talvez, que eu não pressinta?
Quem sabe, o riso, o jeito alegre de ser, a voz?
Não sei... Inquieta-me dúvida atroz.
De uma coisa, porém, não temo enganos...
A juventude que sem restrições entregas,
A maturidade que sem reclamos aceitas,
Se trazem a mim o renovar dos anos,
Fazem de ti a amante mais perfeita.
Em qual planeta ou galáxia te escondes?
Qual teu destino, aqui entre nós?
Saibas, pois, se és de outro mundo...
de terras estranhas... atingiste bem fundo,
de um pobre terráqueo, um coração indefeso.
Como pode, assim, tão de repente, sem atitude,
Ver-me inerte, em teus braços aprisionado?
Qual a razão de inesperada fraqueza?
Teus olhos? Teu carinho? Tua juventude?
Ou algo mais... talvez, que eu não pressinta?
Quem sabe, o riso, o jeito alegre de ser, a voz?
Não sei... Inquieta-me dúvida atroz.
De uma coisa, porém, não temo enganos...
A juventude que sem restrições entregas,
A maturidade que sem reclamos aceitas,
Se trazem a mim o renovar dos anos,
Fazem de ti a amante mais perfeita.
Transcorridas duas décadas de uma convivência harmoniosa, coincidente com
a comemoração dos seus cinquenta anos, entendi
ser justo nova avaliação, do que
fomos e do que somos. O que antes se constituía um “enigma”, agora tinha a
transparência de um cristal burilado pelas águas cristalinas de um regato.
Estava, assim, decifrado o enigma.
ENIGMA DECIFRADO
ENIGMA DECIFRADO
Agora sei de onde vieste e o que fizeste
nesses anos tantos que junto passamos
a desfrutar a vida em seus bons instantes
e esquecer o tempo, como bons amantes.
Sei também qual teu destino, qual tua sina
mostrar a um velho coração um novo mundo,
desfrutar o presente, renegar a rotina
despertar num instante, de sono profundo.
Não és de terras estranhas, mas das alterosas,
de verdes campinas e moças airosas
de olhar cujo brilho, tal qual diamante,
ofusca e domina um indefeso amante.
Vinte anos aprisionado em teus braços,
a fitar teu rosto, de expressão candente,
bendigo a sorte, o enlevo em teu regaço,
os bons momentos de amor ardente.
Não apenas a atitude, sem reclamos,
mas um contexto de carinho e afeição,
se trouxe a mim, o renovar dos anos,
fez de ti, mulher, um lenitivo ao coração.
Hoje, ao navegar em serena correnteza,
embora longe das procelas e das tormentas,
recorro a ti, nos momentos de incerteza,
confiante no acerto do rumo que orientas.
Ao aguardar, sem medo, o inexorável,
que de longe ou perto espreita atento,
resta-me bendizer quanto foi agradável,
viver a teu lado por tanto tempo.
nesses anos tantos que junto passamos
a desfrutar a vida em seus bons instantes
e esquecer o tempo, como bons amantes.
Sei também qual teu destino, qual tua sina
mostrar a um velho coração um novo mundo,
desfrutar o presente, renegar a rotina
despertar num instante, de sono profundo.
Não és de terras estranhas, mas das alterosas,
de verdes campinas e moças airosas
de olhar cujo brilho, tal qual diamante,
ofusca e domina um indefeso amante.
Vinte anos aprisionado em teus braços,
a fitar teu rosto, de expressão candente,
bendigo a sorte, o enlevo em teu regaço,
os bons momentos de amor ardente.
Não apenas a atitude, sem reclamos,
mas um contexto de carinho e afeição,
se trouxe a mim, o renovar dos anos,
fez de ti, mulher, um lenitivo ao coração.
Hoje, ao navegar em serena correnteza,
embora longe das procelas e das tormentas,
recorro a ti, nos momentos de incerteza,
confiante no acerto do rumo que orientas.
Ao aguardar, sem medo, o inexorável,
que de longe ou perto espreita atento,
resta-me bendizer quanto foi agradável,
viver a teu lado por tanto tempo.
*Aluisio Rodrigues, Escritor, Membro da Academia Nacional de Direito do Trabalho, Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da Décima Terceira Região.
Com certeza um lindo poema de vida a dois
ResponderExcluirEscrito com muito amor pra uma diva. 👏👏👏👏
ResponderExcluirAí era um amor de verdade saudades um abraço mana
ResponderExcluir